Os Poluentes Emergentes são substâncias potencialmente perigosas, mas seus efeitos a longo prazo ainda são pouco conhecidos. 

Eles vêm sendo introduzidos no meio ambiente em larga escala pela indústria, através da utilização em fármacos, produtos de uso pessoal, aditivos industriais, alimentos, entre outros.

A grande preocupação relacionada a com esses poluentes é que podem produzir efeitos adversos aos organismos  mesmo em concentrações realmente muito baixas.

Uma das classes de poluentes emergentes são denominados de disruptores endócrinos e eles recebem esse nome porque são capazes de alterar o funcionamento do sistema endócrino em humanos e também podem interferir no ecossistema, causando problemas na reprodução de várias espécies.

A Tabela abaixo mostra alguns desses poluentes e onde são utilizados:

Veja um artigo que menciona mais sustâncias conhecidas como disruptores endócrinos aqui.

Inúmeras pesquisas já confirmaram a existência desses poluentes em esgotos sanitários, em efluentes de estações de tratamento de esgoto (ETEs), em águas superficiais e, em alguns casos, até mesmo em águas utilizadas para consumo humano.

Sabe-se que os tratamentos convencionais existentes nas ETEs não possuem capacidade de remoção total de disruptores endócrinos, sendo que o residual dos mesmos após os tratamentos ainda é relevante.  Isso ocorre porque esses sistemas não possuem um tratamento específico para essas substâncias, até porque ainda não há forma economicamente viável de fazê-lo. Entenda mais sobre tratamento de efluentes aqui.

Do ponto de vista regulatório, aqui no Brasil não há nenhuma legislação específica que limite a quantidade máxima dessas substâncias em águas de abastecimento, esgotos ou nas etapas de tratamento de efluentes.

Dentre os milhares de compostos consideradas poluentes emergentes, apenas cerca de 30 pesticidas estão contemplados Portaria de potabilidade da água (Portaria da Consolidação nº 5) e/ou nas Resoluções CONAMA 357 e 430, que tratam da classificação de corpos hídricos e sobre os padrões de lançamento de efluentes, respectivamente. 

Para acharmos  soluções precisamos investir muito em pesquisa para entendermos  os efeitos dessas substâncias e maneiras acessíveis de conseguirmos removê-los em sistema de tratamento de água e esgoto.

Além disso, precisamos avançar muito em regulamentação dessas substâncias, a fim de promover padrões de qualidade para os mais diversos compostos que são identificados nas matrizes ambientais.

Veja mais sobre os Poluentes Emergentes no nosso Canal no YouTube – Valor Ambiental

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Felipe Prenholato

Realizou cursos de especialização em Sistema de Gestão Integrado (SGI) e Licenciamento Ambiental.

Atualmente, atua como Diretor Executivo da RAÍZCON, trazendo seus conhecimentos e visão estratégica de negócios para o mercado ambiental, de forma a auxiliar os empreendedores nas questões ambientais.

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